sábado, 1 de junho de 2013

SOU FELIZ POR NÃO SER MÓRMON



Não é porque faço parte de um grupo social, que todos devem saber da minha vida e tenho que dar satisfações do que faço ou deixo de fazer. Porém, por conta de inúmeras mensagens desaforadas, por conta da superespeculação em torno da minha vida e principalmente por conta das mensagens em tom de ameaça, vou deixar claro que NÃO SOU e NÃO FAÇO mais parte da igreja Mórmon.
Não faço parte desta igreja, por uma escolha e decisão MINHA. Deixo claro que NUNCA fui excomungada. Nem eu e nem meu marido. Foi uma decisão nossa, não fazer parte desta igreja que tem sua história manchada por sangue, mentiras e farsas.
Quando somos crianças e temos medo do escuro, a gente fecha os olhos... e todo o medo... por um momento... todos os fantasmas criados por nossa imaginação desaparecem.
Assim como uma criança, eu... por um período considerável de tempo, vivi fechando os olhos para não ver as contradições e mentiras da igreja Mórmon. Acontece que chega uma momento, que não adianta mais fechar os olhos. Não adianta mais negar as evidências. Não adianta mais fechar os olhos para todas as contradições e cerrar os ouvidos para toda a história mal contada.
E foi exatamente isto que aconteceu comigo e minha família, abrimos os olhos, encaramos a realidade, deixamos de fingir que não tinha nada de errado nesta igreja. Deixamos de racionalizar e caímos na real. Deixamos de viver num mundo infantil, prepotente e imaginário que é o mundo Mórmon.
Paramos de lutar contra todos os fatos que mostram o quão asqueroso e psicopata era o tal Joseph Smith.
A igreja tenta a todo custo esconder seu passado negro, e por isso a maioria das pessoas só conhecem a história que ela divulga e faz questão de mostrar. Acontece que todo mundo hoje em dia tem acesso à internet... e como vou me deixar enganar nos dias de hoje, tendo toda oportunidade do mundo de pesquisar!?
Quem tem curiosidade e vontade de aprender, não espera somente por aquilo que a igreja (engana) ensina. Quem tem vontade de aprender, pesquisa e foi isto que eu e meu marido fizemos. Quem, nos dias atuais, ainda permanece em ignorância??? Ah, esqueci que a igreja não incentiva os membros a pesquisarem...vai (ver) é por isso, que tem gente que prefere a ignorância... ou talvez, eles acreditam no tal calorzinho no peito... Bom, isso não me interessa, o que quero com este desabafo é dizer, não percam tempo tentando me coagir, é inútil.
Vocês que passam o dia inteiro preocupados com minha condição espiritual, saibam que hoje sim, SOU FELIZ. Meus domingos agora são realmente em família, e como são maravilhosos todos os minutos ao lado da minha família. Meus domingos, são muito bem aproveitados e melhores que aqueles domingos repetitivos e exaustivos que passava enfurnada na igreja Mórmon.
Agora não tenho mais que travar uma luta diária tentando encontrar um meio de fazer todas as mentiras Mórmons, serem coerentes e tentando acreditar que esta mentira possa vir de Deus.
Bom, falando nisso, em deus...não percam o tempo de vocês, enviando mensagens ameaçadoras sobre a ação futura deste deus terrível e vingativo de vocês, porque eu não tenho medo de inferno, se é que isto existe. Depois que me livrei desse sistema de escravidão chamado igreja Mórmon, eu não acredito nas tolices pregadas por pessoas que que fazem escolhas em promessas de bênçãos futuras.
SOU FELIZ POR NÃO SER MÓRMON. A minha felicidade está em fazer o bem sem esperar nada em troca, sem recompensa, sem promessa sem bênçãos futuras.
Enfim... quem se sentir ofendido, fique à vontade para me excluir.

Priscila Ferreira
São Paulo, São Paulo, Brasil

terça-feira, 5 de março de 2013

MORMONS DELETAM EX-MÓRMON DO FACEBOOK!


Aos meus amigos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons)
Acredito que muitos sabem e aqueles que ainda não sabem vão tomar conhecimento, agora que faz mais de 02 anos que não sou mais membro da igreja.
Antes que possam pensar que fui excomungado e que é por isso que não frequento mais, ou que deixei de frequentar porque queria pecar, ou ainda, que saí porque tive problemas com membros (o que também aconteceu), quero esclarecer que deixei de ir porque não acredito mais.
Todos sabem que durante os 23 anos que frequentei, procurei ser dedicado em todos os cargos que tive, entre eles, presidente de rapazes de Ala e Estaca, mestre familiar, representante da revista “A Liahona”, presidente do quórum de élderes, presidente da escola dominical, líder dos sumos sacerdotes, professor de seminário, professor de instituto, professor da escola dominical, conselheiro em bispado, bispo, membro do sumo conselho, presidência de Estaca, e outros que não me recordo agora.
Se me dedicava aos cargos, era porque acreditava na veracidade da igreja e queria fortalecer os membros, bem como influenciar os não membros a conhecerem a igreja, e também entrar para “o caminho reto e apertado que conduz a vida eterna”.
Acredito, que os que conviveram comigo, não poderão negar essa minha dedicação, como também não poderão dizer, que não era amigo de todos e disposto a ajudar e que tentava ser exemplo.
Pois bem, o que levou minha família a se afastar foi que, por eu e a Nilde sermos professores da Escola Dominical e querendo melhor instruir nossos alunos, começamos a estudar mais do que era recomendado e percebemos que muitas aulas eram direcionadas e que havia escrituras que nunca faziam parte das designações.
Lendo essas partes não designadas para as aulas, fomos enxergando coisas que nunca havíamos percebido, as quais inclusive, haviam nos sido ensinadas de forma diferente do que estão nas escrituras. A título de ilustração, posso citar a seção que trata sobre a palavra de sabedoria e a que trata sobre a poligamia (poderia citar outras).
Essa descoberta nos mostrou que as críticas que ouvíamos ou líamos sobre a igreja, e que nos doía tanto, podiam ter fundamento. Começamos então a pesquisar as críticas que tivessem referencias em livros históricos. Descobrimos que a maioria das referências eram de livros e registros da própria igreja, tal como discursos de profetas (tudo que sai da boca do profeta é escritura!) e diários de líderes. Foi aí que começamos a ver sobre racismo, sobre destinação de dízimos (que tínhamos como sagrado) e lei de consagração, e sobre ajuda humanitária, sobre maçonaria e ordenanças no templo, e sobre tantos outros assuntos.
Não vou citar aqui as atrocidades e barbaridades que descobrimos, porque esse meu desabafo não tem o objetivo de influenciar ninguém, entretanto, aqueles que desejarem saber mais estarei à disposição com a mesma dedicação que tinha quando era professor da escola dominical.
Mesmo não sendo mais membro de sua igreja, mantenho amizade com muitos membros ativos e normalmente não tratamos do assunto religião. Tenho boas amizades dentro da igreja, tanto que muitos membros frequentam minha empresa e minha casa. Com muitos, tive a oportunidade de sair para passear. Converso por telefone e troco mensagem pelo Facebook com outros, faço negócio comerciais com alguns e tantos outros que encontro pelas ruas ou em eventos. Muitos desses, pela proximidade e cumplicidade da vida, são pessoas que estimo muito e pelas quais sempre tive grande carinho. Afinal, os anos de dedicação eram também porque gostava e gosto das pessoas.
Aliás, religião nunca foi motivo para não ter relacionamento comigo, tanto que sempre mantive amizade com pessoas de todas as crenças e religiões, mesmo quando era membro ativo. E tem mais, só trato do assunto religião com os membros que desejam trocar ideias sobre esse assunto.
É importante ressaltar que mesmo não acreditando na crença dos mórmons respeito a opinião e a crença que possuem. Da mesma forma peço que respeitem a minha não crença na igreja e o direito de me expressar.
Aqui chego ao objetivo real dessa carta de desabafo. Tomei conhecimento que faz tempo que líderes têm visitado as Alas, orientando os membros a se afastarem de ex-Mórmons, inclusive neste último domingo, todas as Alas foram visitadas. Que deveriam se afastar deles, porque esses ex-Mórmons não são exemplo a ser seguido e que eles poderiam ser influência negativa para os membros féis.
Alguns membros que considerava amigos já me deletaram de sua lista de amigos no Facebook e chegaram a prestar testemunho em púlpito falando do assunto. Outros chegaram a citar meu nome nas orientações a membros para que me evitem, bem como a minha família.
Então quero avisar que aqueles que acreditam que o Braga e sua família não são mais as mesmas pessoas porque não têm a mesma crença e que por isso devem deixar de ser nossos amigos, bem como deletar-nos de sua lista de amigos do Facebook, sintam-se à vontade. Não quero ser o motivo de que se sintam em pecado por não seguirem a orientação de seus líderes. Por outro lado ficarei feliz com a maturidade e discernimento demonstrados por aqueles que continuarem a amizade.
Se algum quiser comentar aqui no post ou em mensagem privada, pode ter certeza que responderei a todas as perguntas.
Independente se vai me delatar ou não, aqui vai meu forte abraço!
Braga Carlos
Londrina, Paraná, Brasil

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

MEU CONTATO COM O MORMONISMO



O meu primeiro contato com o mormonismo aconteceu quando eu tinha entre uns 10 ou 12 anos de idade. Na cidade de Curitibanos, interior de Santa Catarina. Eu estava em casa, assistindo a um programa de televisão, numa tarde qualquer da minha infância de outrora. Exibido pelo antigo canal de televisão, a TV Coligadas, da cidade de Blumenau. Foi nesse momento que eu soube pela primeira vez, que existiu um homem chamado Joseph Smith. Também fiquei sabendo naquele momento que ele foi conhecido como “o Profeta”, responsável pela aparição do Livro de Mórmon.

Este canal de televisão gerava as imagens que era então, distribuída para várias regiões do Estado de Santa Catarina, atingindo, inclusive a nossa pequena cidade de Curitibanos, no planalto serrano. No programa citado, pelo que lembro, era uma entrevista com alguns membros d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias da cidade de Blumenau ou região. Lembro que essas pessoas exibiam para as câmeras algumas gravuras, incluindo aquela famosa gravura da primeira visão e outra não menos famosa, da suposta visita do Anjo Moroni ao quarto de Joseph Smith. Depois disso não ouvi mais nada sobre isso. Mas fiquei intrigado com aquilo. Deus e Jesus Cristo apareceram flutuando no ar para um menino? Um anjo aparecera para esse mesmo menino no seu quarto?

Passaram-se desde este acontecimento, uns quatro anos. Eu estava agora com 16 anos de idade. Certo dia encontrei dois missionários americanos na minha cidade. Abordaram-me e incrivelmente, não falaram de religião comigo. Devia ser os típicos representantes dos jovens americanos, membros da Igreja Mórmon que foram para a missão “empurrados” por seus pais. Apenas disseram que eram dos Estados Unidos e que estavam fazendo uma missão. Lembro que estava um dia muito quente. Eles reclamaram muito, dizendo que no seu país o clima era melhor que o nosso. Não me deram nada, nem um folheto. Eu também não perguntei nada sobre a religião deles.

Depois disso, o próximo contato foi mais ou menos um ano depois. Eu trabalhava no escritório de uma indústria madeireira. Era a época de ouro do extrativismo desenfreado da araucária. Eu saía logo cedo, pelas sete e meia da manhã. Voltava ao meio dia para almoçar em casa, indo novamente trabalhar às treze e trinta. Retornava já passando das dezoito horas. Depois tinha que ir para a escola, onde estudava no curso de Técnico em Contabilidade, no antigo Colégio Comercial Cardeal Câmara. Devia ser o ano de 1981. Eu voltava para o lar quando a aula acabava perto das vinte e três horas. Isso porque eu voltava a pé.

Certa noite, enquanto me preparava para dormir, minha mãe me disse que tinha recebido a visita de dois missionários Mórmons e que deixaram um livro e alguns folhetos em nossa casa. Já era quase meia noite. Apenas me lembro de que peguei o livro e dei uma olhada nele, tinha algumas gravuras nas páginas iniciais e os folhetos eram sobre o Testemunho de Joseph Smith e alguma coisa sobre Cristo ou o cristianismo. Falei para minha mãe que naquele momento eu não poderia lê-los ou olhar melhor para aquele material, mas que depois, no dia seguinte eu queria analisar melhor todo o seu conteúdo. Alguns dias se passaram. No final de semana próximo, lembrei-me do livro e me deu curiosidade sobre ele, pedi para minha mãe pelos folhetos e o livro para ler. Ela me disse que os missionários passaram por nossa casa no meio da semana, pediram o livro de volta, mas deixaram os folhetos conosco. Li pela primeira vez o“Testemunho do Profeta Joseph Smith” e nunca me esqueci das suas palavras e da visão, onde, segundo ele, Deus e Jesus Cristo apareceram a ele numa coluna de luz, num bosque. Lembro que não só a aparição de Deus e seu filho, Jesus Cristo, despertaram a minha curiosidade, mas também a história da aparição do anjo Moroni e das placas de ouro que estavam enterradas próximo de sua casa me impressionaram muito.
A vida foi passando, nunca mais tive contato com o mormonismo. Eu tive que trabalhar para me sustentar, servi como soldado no Exército por um ano inteiro. Depois fui trabalhar novamente, até que num destes trabalhos, fui convidado a ir ao norte do Brasil, na cidade de Belém do Pará para ajudar na montagem de uma filial da empresa. Eu exercia o cargo de gerente de compras. Era responsável pelos suprimentos. A empresa alugou uma casa para morarmos. Éramos num número de quatro colegas, sendo todos homens e todos do sul do Brasil. Revezávamos na hora de preparar as refeições e lavar a louça. Lembro perfeitamente que estávamos meio ociosos em casa, numa bela manhã de sol de um sábado qualquer. Um ou outro de nós estava assistindo a programas de TV, ou lendo um livro ou revistas. Escutamos batidas de palmas em frente da casa. Fui atender e ver quem era, quando percebi estar diante de dois missionários Mórmons americanos.
Após se apresentarem, pediram permissão para mostrarem para nós seus serviços e sua mensagem. Imediatamente, lembrei-me dos folhetos que lera anos atrás e deixei-os entrar. Eles nos deram a primeira palestra sobre Deus e a primeira visão do “Profeta Joseph Smith”. Falaram do livro de Mórmon e da maneira correta de orar, segundo a concepção da doutrina a qual pregavam. Lembro bem dessa palestra, pois usaram material audiovisual, como um mapa-múndi que estenderam no chão da sala, mostrando-nos o que seria o velho mundo e o novo mundo, oriente médio e Américas.
Ao se despedirem, prometeram voltar para a segunda palestra de um total de seis. Concordei e despedimo-nos. Naquele momento, fui presenteado com uma edição do Livro de Mórmon que comecei a ler imediatamente. A linguagem era mais fácil de compreender do que a Bíblia, mas era preciso certo conhecimento histórico e geográfico para se situar no contexto do livro. Mesmo assim, não havia como discernir exatamente e geograficamente, os locais mencionados nele. De repente chega uma parte que é exatamente igual à Bíblia na parte de Isaías. Aí as dúvidas aumentam se você não tem conhecimento algum, fica tudo confuso.
Recebi todas as palestras, mas não fui à Igreja visitar e nem me batizei na ocasião, como era a vontade dos missionários. Nem os outros colegas que moravam comigo na casa alugada quiseram aceitar a tal religião Mórmon. Passou-se um ano inteiro e eu li aquele livro de capa a capa comparando algumas partes com a Bíblia. Aí resolvi investigar melhor tudo aquilo, pois se fosse verdade, estaria diante de um acontecimento magnífico. Talvez a maior de todas as manifestações, ou visões, ou restaurações, ou qualquer tipo de característica divina para a obra de Deus atualmente. Pois sempre acreditara que deveria haver uma Igreja verdadeira na face da terra, e que a Igreja Católica não tinha todas as características da verdadeira Igreja de Deus. Ela tinha a mancha podre da “inquisição” e as mortes resultantes das “cruzadas”.
Numa noite que não lembro de que mês, mas sei que era inicio de 1988, fui até o local onde os mórmons se reuniam. Ficava no centro do Distrito Municipal de Icoaraci, área metropolitana da cidade de Belém do Pará. Chegando lá, encontrei apenas o Presidente do Ramo que me recebeu com alegria. Já foi logo me falando da Igreja e das “verdades” que tinha encontrado na sua vida. E foi me envolvendo com aquela hospitalidade toda, culminando em me convidar para assistir uma Reunião Dominical que começaria às dezesseis horas no próximo domingo, evidentemente.
No dia da reunião, domingo, às dezesseis horas, pontualmente, eu estava lá e tive uma grande surpresa. Começaram a cantar um hino e alguém já veio sentar ao meu lado, me dando um hinário e ensinando-me como era que se cantava naquele hinário. Fui muito bem tratado e o resultado é que me cativaram extremamente até que fiquei muito convencido de que aquele povo era o “povo de Deus”. Queria me batizar logo e me unir a eles. Este era com certeza, meu desejo naquela ocasião, pois eram aparentemente alegres e demonstravam isso. Estavam sempre sorrindo. Não tinha missionários para me passar as palestras novamente e me batizar naquela unidade da Igreja. O nome da unidade era Ramo Pinheiro. Tive que frequentar assiduamente as reuniões por um mês mais ou menos antes que aparecessem uma dupla de missionários. Eles também são chamados de Élderes, andam pelas cidades em dupla, fazendo o trabalho de proselitismo da Igreja, geralmente, de camisa branca e gravata.
Um dia, chegaram quatro missionários, duas duplas. Ensinaram-me todas as seis palestras novamente de segunda a sexta-feira. A reunião batismal fora marcada para sábado. No domingo, fui ordenado um Sacerdote dentro do Sacerdócio Aarônico. Um mês depois, um Elder dentro do Sacerdócio de Melquisedeque, com direito a entrevista com o Presidente da Missão Fortaleza, Helvécio Martins. Este homem chegou a ser chamado para o segundo quórum de setenta d’a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias. Foi um personagem muito polêmico. Vou colocar futuramente, uma postagem só sobre os meus encontros com este sujeito.
Desde o momento do meu batismo, até o dia do meu desligamento da Igreja, cerca de dezoito anos, nunca deixei de estar atuando firme e ativamente dentro de todos os chamados e responsabilidades que tive, fosse ele, Líder da Obra Missionária, Presidente do Quórum de Élderes, Presidente da Escola Dominical, Presidente de Ramo, Bispo, Líder do Grupo dos Sumo sacerdotes, membro do Sumo Conselho da Estaca, etc.
Na verdade, era mais fácil faltar os outros integrantes de qualquer organização das que citei anteriormente nas suas diversas reuniões, do que eu faltar. Sempre estava presente, convicto, tentando dar o exemplo.
Mas algo aconteceu! Apesar de toda a estrutura física externa como modelo ideal de Santo dos Últimos Dias, eu trazia comigo algumas dúvidas. E também algumas perguntas que nunca me foram concretamente elucidadas. E isto aconteceu desde que me batizei, até o presente momento. Com o passar dos anos, descobri que tinha muito da doutrina mórmon que eu não engolia sem um questionamento. Mesmo que silenciosamente. Apesar de toda a aparente firmeza que eu demonstrava, como um líder fiel, guardador dos mandamentos, eu sempre tinha algumas dúvidas dentro de mim. Dúvidas como, por exemplo:
A validade e a veracidade do batismo vicário (pelos mortos) nos templos;
A veracidade do Presidente da Igreja ser um “Profeta Vivo”, pois nunca profetizava nada, a doutrina é baseada em repetições constantes de vários assuntos;
A veracidade do Livro de Mórmon, por mais que tente, não dá para engolir. Não indícios racionais para a história nele descrita;
A veracidade do “chamado profético” de Joseph Smith e a sua visão de Deus. E a poligamia? Nunca esclarecida de forma coerente na igreja.
Só os tópicos acima, já eram suficientes para que eu travasse uma fervorosa luta espiritual comigo mesmo. Mas, também surgiram algumas outras dúvidas ao longo dos anos. Isso enquanto servi como Bispo da Igreja por oito anos completos. Eu via dentro da Igreja, em todas as alas, sem exceção, fofocas, intrigas, invejas, gana pelo poder, pessoas que tinham uma má reputação fora da Igreja e que eram chamados para serem líderes, passando-se por verdadeirossantos.
Certa vez descobri que um Bispo da Igreja (da outra Ala que funcionava na mesma capela que a minha), não estava agindo financeiramente de forma honesta no local onde trabalhava, sendo inclusive, afastado de suas funções. Comuniquei o Presidente da Estaca sobre o ocorrido para que pudessem, no mínimo, desobrigar o Bispo de suas tarefas. Infelizmente, nada aconteceu. “Taparam o sol com a peneira”. Disseram-me que eu não tinha provas e que seria a palavra dele contra a minha e vice-versa.
Nem sequer foi investigado nada, apesar da firmeza da minha denuncia, apontando todos os caminhos para a investigação. Analisando este fato agora, chego a ficar preocupado. Isto é na verdade, um termômetro para mostrar o quanto eu estava comprometido com a causa d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Quando falavam que eu era um “crentão”, não exageravam. Eu hoje tenho ciência de que era muito fanático. Envergonho-me veementemente por essas atitudes. Estava completamente hipnotizado pela doutrina. Quem me conheceu sabe que não estou escrevendo nada a não ser a realidade que eu vivenciei.
Não precisa dizer mais nada, apenas que resolvi o problema. Da mesma maneira que eu fui visitar a Igreja naquela noite em Icoaraci. Resolvi sair de livre e espontânea vontade através de uma carta através de uma ação administrativa. A maioria dos lideres quiseram fazer de tudo para que eu ficasse, mas eu não mudei minhas atuais convicções. Não poderia viver em paz comigo mesmo, sabendo que estava numa organização que tem mentira, racismo, preconceito, xenofobia, pedofilia do primeiro líder da organização.
Resolvi fazer este texto há algum tempo atrás. Agora, transformei ou adaptei para uma postagem para este novo blog. Espero comentários. As críticas também serão bem vindas. Sei que receberei também ofensas e passaportes com destino ao mais quente lugar no inferno Mórmon, as trevas exteriores.
As minhas postagens neste blog serão assim. Espero contar muito mais sobre a minha vida. Como ela era quando eu era um membro d’a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.Quase todos os artigos serão meus. Os textos e artigos que eu usar, serão devidamente referenciados e os autores receberão os devidos créditos literários.
Antonio Carlos Popinhaki
Curitibanos, Santa Catarina, Brasil